segunda-feira, 11 de julho de 2011

Nada pra dizer

Acho eu que uma das piores sensações do mundo é querer se expressar de algum modo e não conseguir.
Bom, pelo menos pra mim essa é uma das piores.
Mas acho que artistas em geral entendem isso (não me considero artista só pra deixar claro, só imagino que eles compreendam). Eu não toco nenhum instrumento musical, mas por conhecer muitos "músicos' posso comparar esse branco a sensação horrível que deve ser estar inspirado e não conseguir compor nada.
Eu estou já há bastante tempo com muita vontade de escrever mas está complicado. Quando pego a droga do papel não sai nada, ligo o pc e: nada...
Já tentei de quase tudo que geralmente me inspira, mas nada parece funcionar.
Já ouvi as músicas que geralmente me inspiram, já assisti meu documentário favorito, assisti a filmes toscos mais uma vez, olhei pela janela, vi o Sol nascer e nada!!!!!!!!!
Conversei, chorei, pensei, cantei e encantei e nada parece funcionar.
Eu estava a beira de um colapso, então resolvi postar qualquer coisa, acho que o post farmácia deixou isso bem claro neh??
Se alguma alma caridosa está lendo isso e tem alguma idéia que não inclua nenhum tipo de alucinógeno eu aceito sugestões.
Estou ficando realmente irritada com isso!!!
e parece que não há nada que eu consiga fazer pra isso passar!
Eu provavelmente não estou fazendo nenhum sentido desde o primeiro parágrafo, mas eu precisava desabafar e deixar fluir todo o meu desespero nesse blog estúpido.
E honestamente dane-se se ninguém vai ler, hoje eu to má!!
Vou xingar mt no twitter!!
kkkkkkkkkkkkkkk
Desculpe, não resisto a essa frase,,,
Enfim, só quero escrever algo de inútil, mas que seja bonitinho ou faça sentido pra alguém mais além de mim!!
Bom, vou procurara alguma coisa pra ler e ver se posso fazer mais do que isso!!


xD
até o dia que eu conseguir algo..

2 comentários:

  1. Procura da Poesia.
    (Carlos Drummond Andrade)

    Não faças versos sobre acontecimentos.
    Não há criação nem morte perante a poesia.
    Diante dela, a vida é um sol estático,
    não aquece nem ilumina.
    As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
    Não faças poesia com o corpo,
    esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
    Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
    são indiferentes.
    Nem me reveles teus sentimentos,
    que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
    O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
    Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
    O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
    Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
    O canto não é a natureza
    nem os homens em sociedade.
    Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
    A poesia (não tires poesia das coisas)
    elide sujeito e objeto.
    Não dramatizes, não invoques,
    não indagues. Não percas tempo em mentir.
    Não te aborreças.
    Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
    vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
    desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
    Não recomponhas
    tua sepultada e merencória infância.
    Não osciles entre o espelho e a
    memória em dissipação.
    Que se dissipou, não era poesia.
    Que se partiu, cristal não era.
    Penetra surdamente no reino das palavras.
    Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
    Estão paralisados, mas não há desespero,
    há calma e frescura na superfície intata.
    Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
    Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
    Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
    Espera que cada um se realize e consume
    com seu poder de palavra
    e seu poder de silêncio.
    Não forces o poema a desprender-se do limbo.
    Não colhas no chão o poema que se perdeu.
    Não adules o poema. Aceita-o
    como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
    no espaço.
    Chega mais perto e contempla as palavras.
    Cada uma
    tem mil faces secretas sob a face neutra
    e te pergunta, sem interesse pela resposta,
    pobre ou terrível, que lhe deres:
    Trouxeste a chave?
    Repara:
    ermas de melodia e conceito
    elas se refugiaram na noite, as palavras.
    Ainda úmidas e impregnadas de sono,
    rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

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