É você mesmo. Você que nunca me viu chorar.
Você que só assistiu aos meus escândalos e risadas.
Você que me viu batendo cabeça em um show de rock qualquer.
Você que me viu cheia de vida.
Você que me viu cheia de tudo no olhar.
Você.
Você que não me conhece.
Eu posso ser “eu” demais o tempo todo.
E isso às vezes cansa, às vezes dói, às vezes sangra.
Isso pode até ser chato. Porque até mesmo tanta intensidade consegue ser entediante.
Não se iluda, não se encante, não se zangue.
Nunca prometi nada, nunca disse algo que fosse realmente relevante.
Não se apaixone, não se aproxime, não se importe.
Eu me cuidei bem até agora. Sem nunca contar com a sorte.
Posso parecer madura, mas sei que sou só mais uma menininha assustada.
Posso ser muito infantil e risonha, mas sei quanto custa, quanto vale e
quanto dói cada sorriso.
as vezes eu surpreendo. Mas 5 minutos depois verá que era totalmente
previsível. Preste atenção: previsível, não provável.
Eu sempre sei por onde ando.
Só que depois não lembro aonde passo.
Sou inquieta na minha preguiça.
E agitada no meu ócio.
Mas não se engane, minha lentidão não me permite ser estável.
MaY